O AMOR COMO REPRODUÇÃO DO SISTEMA DE PROPRIEDADES.
por: Bruno Alves
Acho que desde a ascensão do cristianismo (me refiro a sociedade ocidental descendente da cultura européia), conseqüentemente com a ascensão também da monogamia, até onde eu sei um aspecto cultural bem próprio dessa religião, o ser humano é educado para um amor perfeito, que justifica o casamento homem/mulher, o que é provavelmente uma das maiores tormentas emocionais do homem cristão (e também de muitos dos ateus que participam dessa sociedade, cristã), pois o faz sofrer por pessoas que acredita ser o par perfeito, a pessoa de sua vida, a qual amaria com intensidade o suficiente para o afastar de traições( o conceito de traição amorosa é exclusivo da monogamia) e tentações, “até que a morte os separe”.
Tamanha mentira é desmascarada com facilidade na pratica, onde apesar de uma pessoa poder jurar que seu amor é único a uma outra, que provavelmente seria do sexo oposto, pelo mesmo motivo de reprodução cultural, logo se sente atraído por outras varias pessoas, por instinto natural, o que desmascararia toda a nossa vida de crença religiosa na bíblia e no cristianismo, mas, ao invés de admitir o erro da monogamia, somos nós que nos sentimos os errados, por não sermos suficientemente capachos da pessoa amada a ponto de anular nossos instintos de animais (sim, seres humanos são tão animais quanto peixes e cachorros) em troca de que seja feito o mesmo pel@ parceir@, que anule a si mesm@ por vc...
Transformaram pessoas em posses! Não passamos de propriedades a olhos de outras pessoas que vêem no “amor” submisso uma forma de mostrar seu poder aquisitivo, onde o valor de troca é a sua moral, seu “papo suave e gostoso”(onde mentimos descarada - mente para agradar a essa pessoa, e isso não se da apenas no amor) e, é claro, seu porte físico e suas vestimentas(!!!), afinal, como podemos amar alguém que não se veste bem o suficiente a ponto de se poder ir ao shopping ou a uma boate na night sem passar vergonha?
Aquilo que acreditamos ser amor, não passa então de um jogo de poder, de aquisições e de ganância, onde se procura se sair melhor do que as outras pessoas, não apenas que o seu(ua) parceir@, mas também do que todas as outras pessoas que fazem esse joguinho do amor, tentando conseguir um(a) parceir@ mais forte, mais bonit@ e é claro, mais fiel! Aliais de que adianta o poder aquisitivo se aquilo que você consome é acessível a tod@s @s concorrentes desse jogo? Qual é a graça do jogo se você não estiver sempre entres os melhores, humilhando e rebaixando @s outr@s participantes?
Percebo então que o amor se tornou um sistema paralelo, semelhante ao capitalismo, onde tudo é produto e onde quem é superior terá acesso a tudo que tem de bom só para si, e não precisara dividir com as classes mais baixas, que ficariam com o que seu poder aquisitivo lhes permite, também só para si, sem dividir, e alguns, é claro, se aproveitariam dos “restos”.
Mas como não se conseguiu anular por completo, e, lutaremos para que nunca consigam, anular a natureza poligamica dos animais, continuaremos a ser vagabundos, a ter nossas taras e nossos desejos sexuais, o que provavelmente ainda gerara um grande conflito nas relações monogâmicas, arruinara infinitos casamentos, fará com que jovens de todas as idades se suicidem e que mentiras descaradas sejam atiradas na cara de pessoas, que por essa razão conhecemos tanto quanto conhecemos a nossos animais Domésticos, e continuaremos a tratar relações como um lucro, que quando não se mostra dócil e submisso, são defeitos de fabricação , que invalidam todo o seu valor comercial...
Agradeço a ganância humana, sem a qual eu seria impossível de escrever tal texto, e a seus colegas, o egoísmo, a mesquinhez e é claro, sua mãe, a tradição.
Extremist Crew
(Bruno Alves Matos)
quinta-feira, 5 de junho de 2008
O amor como reprodução do sistema...
Postado por ACORDA às 06:35
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